Avançar para o conteúdo principal

O dom da comunicação mútua.

Situação 1:

marta, a operadora: Então, temos um smart branco e dourado virado na valeta, matrícula....., em (cidade), mesmo em frente à junta de freguesia, na esquina do café Maminha.

Reboque Faísca da Meia Noite: Qual é a rua? Sem essa informação não consigo lá chegar!


Situação 2:

marta, a operadora: Então, temos um smart preto e azul virado na valeta, matrícula....., em (cidade), Rua das Papoilas Saltitantes, em frente ao número 13.

Reboque Faísca da Meia Noite: Ó menina, e a referência? Sem essa informação não consigo lá chegar!


Situação 3:

marta, a operadora: Então, temos um smart branco e azul virado ao contrário, matrícula....., no Porto, na vci, sentido Porto-Arrábida.

Reboque Faísca da Meia Noite: Ó menina, e em que sentido?...


(A sério, os smarts rebolam. Não tenham cuidado com essas velocidades, e essas malucas das valetas, não!)


2.9

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Horizonte

Oiço o guincho de um miúdo e um rosnar brincalhão de um cão. A seguir um pop! Os guinchos tornam-se mais altos. Já sei o que aconteceu. O cão abochanhou a bola e deu cabo dela. O puto ficou sem bola e está ali numa chinfrineira irritante. Bem feita, raios partam a bola. Não é verdade. Não é isto que sinto. Estou só zangado. Zangado com tudo. Com a gritaria do miúdo, com o cão a correr e aos saltos, com o sol, com o vento, com a paisagem tranquila, maldita!, com a vida, com a morte. Com o que me resta da vida. Vou morrer. Soube-o ontem. Não de repente, não de surpresa, mas tenho os dias contados. Sou tão novo, tenho tanto para viver. E já vivi tanto, já curti tanto a vida. Devo ter gasto a dose toda, por isso é que foi encurtada. Agarrei na mala e corri em direcção a um lugar especial, que me faz sentido, uma praia tranquila no Alentejo. Durmo sempre bem no Alentejo, sempre o disse. Olho o céu e vejo um falcão a planar, a disfrutar do vento e da paisagem. Árvores que se estendem pelo ho

O Crime na noite de Solstício de Verão - Capítulo 3.

Afinal, não tinha sido a cobra, como diziam por todo o lado na aldeia, reflectiu em voz alta o Inspector Sebastião Lobo, olhando sem ver o pato de borracha que mantinha no cimo do ecrã do seu computador e que o devia ajudar a concentrar-se em momentos de crise. Muitas vezes, o pato ignorava-o, mas hoje dizia-lhe com o olhar que não, ele não tinha razão, o caso não era assim tão simples, e ele estava a querer resolvê-lo sem querer resolver tudo o que estava pendente. Espera, não é o pato, Sebastião! Essas coisas não existem. Como não existem velhas que andam pela aldeia a revelar aos sete ventos informações no segredo da polícia judiciária, que é como quem diz, numa voz rouca e sinistra, meio sibilada. Como é que o raio da velha consegue saber estas coisas? Não sei. Mais um mistério para o infalível Inspector Lobo, conhecido na área pelo seu faro e profissionalismo impecáveis! O que existe é pesquisa, investigação e coordenação dos factos, e isso era o que ele ia fazer. O relóg

Infinito.

Uma, duas, três, quatro, cinco… Contava oito pedras do lugar onde estava, em círculo, rodeadas por um denso manto de árvores, e mais duas pedras no centro. Como um vulto e um altar. Estavam marcadas com símbolos. Espirais e sóis e figuras humanas e animais velozes. Tão fundo na floresta que não se conseguia vislumbrar um trilho para sair dali. Ouvia o marulhar do vento nas árvores, o borbulhar de água não muito distante, e o silêncio. Estariam sozinhos no mundo? Não se conseguia mexer, não conseguia falar, pelos deuses, mal se lembrava sequer do que acontecera na noite passada e de como chegara ali. Que lugar era aquele? Olhou os seus braços, sentindo-os rígidos, e as pernas estavam a deixar de obedecer às suas ordens. Tentou gritar e nenhum som saía da sua garganta. Porque não, se ainda ontem ria e cantava e tinha a voz mais solta do que o costume, ao beber aquela bebida quente e doce que estava a ser passada por todos em redor da fogueira? As labaredas subiram e chegaram aos céus, as