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A mostrar mensagens de março, 2015

A Demanda de Dom Epifânio e de Baldomero - Capítulo 2.

CAPÍTULO 2 – A GESTA DA ALFARROBA Eis-me de novo aqui, Amâncio, Menestrel de sua gosmenta alarvidade El Rei D. Gervásio, o Alarve, e de sua leda herdeira, a Princesa D. Elvira, a do Remoinho Espetado no Cocuruto, narrador das façanhas e dos actos bravos e alguns menos airosos do Cavaleiro que mais dá nas vistas aqui na Corte de sua  alambazidade El Rei D. Gervásio, o Cavaleiro D. Epifânio. Além de dotado contador de lendas e outras coisas do género, este vosso amigo exerce também as funções de Menestrel para todo o Serviço, cargo existente apenas nos registos contabilísticos deste Reino, e que se reflectem em funções como contar histórias, cantar, tocar vários instrumentos musicais, desentupir as pias da retrete real, que até entopem com relativa frequência, eu sempre disse que não deviam ter sido feitas nos lados do pântano, que é uma chatice quando a maré sobe, e também fazer de Bobo quando o Custódio, o Parvo está aflito dos bicos de papagaio ou das outras doenças que ele tem

A balada de Fraulein P.

 A Fraulein P. tinha idade para ter juízo mas, por causa dos azares da vida, ficou sem o rico emprego correspondente ao seu juízo e teve de se sujeitar ao call center. nada que desanime uma mulher de armas! Mas há coisas que, afinal, desanimam. Fraulein P. tinha qualificações, experiência e vontade de trabalhar. Fraulein P. sabia a língua alemã ao nível nativo, mas não lhe deram a oportunidade no departamento de alemão, apesar de precisarem (oh, se precisam!). Fraulein P. tinha quilometragem em secretariado e assessoria, mas não lhe deram tarefas de mais responsabilidade. Fraulein P. pediu insistentemente mais que fazer, mas o que lhe deram foi trabalho no dia em que tinha de tratar das matriculas do filhote e a folga no dia a seguir, e foi o Texas em cuecas para poder ter direito ao que, por lei, tem direito.  Fraulein P. até achou o big chefe um homem charmoso e muito interessante quando partilhou uma viagem de elevador com o senhor, o que seria um bom augúri

Experiência em call center.

Vivi em Madrid entre 2011 e 2013, país igualmente em crise, como o nosso, com a diferença de que, na cabeça do espanhol comum, se é para comprar alguma coisa, compram espanhola, que o que é espanhol é que é bom, ao contrário de cá, em que o que é português é mau e o que é alemão é que é bom. Em termos de emprego, não é muito fácil, a não ser que se tenha uma profissão muito específica, como informático, área em que não havia muitos profissionais qualificados, já que os espanhóis eram, vá, um bocado nabos. Com formação em educação e línguas, só tinha duas hipóteses: escolas de idiomas, a dar aulas em empresas (português, que estava na moda, e inglês, porque o espanhol comum, vá, é um nabo, as coisas são todas dobradas e falam um inglês tão típico deles que até há uma rádio nesse inglês e que só eles é que percebem, além de terem a forte convicção de que a maneira deles é que está certa e de que os ingleses têm mas é de ir aprender com os espanhóis!) no cu de Judas, tipo 2 horas

O dom da comunicação mútua.

Situação 1: marta, a operadora: Então, temos um smart branco e dourado virado na valeta, matrícula....., em (cidade), mesmo em frente à junta de freguesia, na esquina do café Maminha. Reboque Faísca da Meia Noite: Qual é a rua? Sem essa informação não consigo lá chegar! Situação 2: marta, a operadora: Então, temos um smart preto e azul virado na valeta, matrícula....., em (cidade), Rua das Papoilas Saltitantes, em frente ao número 13. Reboque Faísca da Meia Noite: Ó menina, e a referência? Sem essa informação não consigo lá chegar! Situação 3: marta, a operadora: Então, temos um smart branco e azul virado ao contrário, matrícula....., no Porto, na vci, sentido Porto-Arrábida. Reboque Faísca da Meia Noite: Ó menina, e em que sentido?... (A sério, os smarts rebolam. Não tenham cuidado com essas velocidades, e essas malucas das valetas, não!) 2.9

O que se traduz, em termos práticos, por "Momentos de pausa" no trabalho.

O nosso horário de trabalho é de 8 horas, mais uma para a refeição e, inicialmente, vinha com direito a 20 minutos de pausa de manhã e outros 20 à tarde, facultativos e não acumuláveis. Em termos práticos, se não fazem os vossos 20 minutos de pausa, ficam a arder com eles. Os 20 minutos de manhã e de tarde, eventualmente, um belo dia, e sem que ninguém (da massa trabalhadora daquele departamento, pelo menos) soubesse, foram reduzidos para 10 minutos a disfrutar em qualquer momento da nossa preferência, no dia todo, tendo em conta que estamos as ditas 8 horas a olhar para um pc (só neste ano e meio que ali andei, aumentei uma dioptria e meia, imaginem a qualidade daquele sistema informático!) e com chamadas non stop. Há que referir que a hora de almoço supostamente calha algures pelo meio, dependendo da nossa preferência ou se houve consenso entre a organização da mesma, a cargo da responsabilidade e da falta dela de quem não a tem entre os colegas da assistência, em vez de

Odisseia do Tacho 2006 - Capítulo 4.

CAPÍTULO 4 – À MEIA-NOITE, O SINO DA IGREJA TOCA SEMPRE DUAS VEZES O calor abrasador prendia as pessoas dentro de casa – com as suas ventoinhas ligadas ou, em certos casos, os seus potentes e eficazes ar condicionados, a vegetar em frente à televisão com um copo contendo mais gelo que Tang, em estado comatoso dentro das suas banheiras cheias até acima com água fria.  Ao fim do dia, na Sociedade Recreativa, jogava-se ao strip poker e comia-se salada de polvo, que era fresca e escorregava bem com a imperial geladinha. Meia-noite em ponto, e o sino toca. “Que curioso!”, comenta a D. Adélia, já só de combinação, “Nunca tinha reparado que, à meia-noite, o sino da Igreja toca sempre duas vezes!” Repentinamente, esbugalha os olhos de forma absurdamente anormal, solta um esgar de sufoco e PUMBA! Cai para o lado, novamente de perna aberta! Assim, sem mais! Os outros jogadores, estupefactos e estáticos com as cartas na mão – o espanhol a tirar discretamente um ás de espadas do bol

Ah... a nostalgia, essa bicha com dentes...

Mais uma posta vinda lá do outro lado... Recuerdos, recuerdos... Então, pá, perdeste o pio, foi? Ná, ainda não foi desta, tenho é andado mesmo atarefada. E o baby mac armou-se em parvo e resolveu bloquear, pelo que foi passar uns diazitos à assistência... Ora novidades: A casa já tem mais móveis no sítio. Os pombitos estão quase a sair do ninho. As gatas ainda não os conseguiram afinfar, e é muito pouco provável que alguma vez o consigam fazer. Já trouxe alguns livros lá de Torres. Enchi 3 quadrados do móvel do Ikea. Ainda tenho imenso espaço. Estou optimista. Pode ser que consiga encaixar a pázada de livros que ainda tenho de trazer E tenha espaço para mais alguns adquiridos nos entretantos. Mais uma vez, tive muita sorte com os colegas de trabalho. Com os da formação e mais uns arraçados de alemães lá do 6º andar até já houve caracolada. Obviamente, ganhei nos caracóis, mas não ganhei nas imperiais. Acho que vou andar de candeias às aves