A Fraulein P. tinha idade para ter juízo mas, por causa dos azares da vida, ficou sem o rico emprego correspondente ao seu juízo e teve de se sujeitar ao call center. nada que desanime uma mulher de armas!
Mas há coisas que, afinal, desanimam.
Fraulein P. tinha qualificações, experiência e vontade de trabalhar.
Fraulein P. sabia a língua alemã ao nível nativo, mas não lhe deram a oportunidade no departamento de alemão, apesar de precisarem (oh, se precisam!).
Fraulein P. tinha quilometragem em secretariado e assessoria, mas não lhe deram tarefas de mais responsabilidade.
Fraulein P. pediu insistentemente mais que fazer, mas o que lhe deram foi trabalho no dia em que tinha de tratar das matriculas do filhote e a folga no dia a seguir, e foi o Texas em cuecas para poder ter direito ao que, por lei, tem direito.
Fraulein P. até achou o big chefe um homem charmoso e muito interessante quando partilhou uma viagem de elevador com o senhor, o que seria um bom augúrio para uma carreira ali dentro, sendo até a Fraulein uma moça solteira e descomprometida.
Um dia, inevitavelmente, Fraulein P. foi contactada por uma empresa que lhe ofereceu o que ela queria e mais alguma coisa, e isto quer dizer, sim, fins de semana, sair as 17h, ter feriados, natal E ano novo!, trabalhar mais perto de casa, receber mais ordenado e mais responsabilidade, aceitou, e depois acharam muito estranho ela despedir-se.
Não sejam espertos, não!
2.11
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