sexta-feira, 3 de abril de 2015

Fisgas Baguete, o pseudo hippie, baldas ou qualquer coisa assim do género.


O Fisgas Baguete. aparentemente, era especialista licenciado em temperamento zen mas, em termos práticos, e pelo que a mim parecia, uma das pessoas que conheci que fervia em menos água, sendo as outras o Cromagnon e o Maligno, uma vez que já quase que se ferraram à pantufadita ali em frente dos colegas, supervisores e os clientes do outro lado da linha, mas não sei, se calhar vejo coisas a mais. 

Às vezes também oferecia bolo e era perfeitamente cordial, pelo que uma pessoa fica confusa. 

Volta e meia, fazia a sua borradita, e levantava o garimpo ao colega mais próximo que dissesse "piu", além de que tinha o aborrecido hábito de se meter à coca das calinadas dos colegas para ir fazer queixa à supervisão, o que não é uma das nossas funções no trabalho. nas costas dos ditos colegas, por mail com cópia também ao colega visado, que era um bocado apanhado de surpresa.

Apreciava folgas, férias e baldas, gozando as suas horas livres com um rigor britânico que não possuia para a hora de entrada.

Tinha o hábito de fazer partidas parvas aos colegas (mas mesmo muito parvas, daquelas que só têm piada para ele), do género dizer que não sei quem tinha feito reclamação, ou que tinha mandado o reboque de Lisboa para uma assistência mas na Odivelas do Alentejo e que o director ali do andar estava muito aborrecido à sua procura porque tinha gasto uma batelada de dinheiro à companhia, mas deixou de se esticar com esta que vos escreve, por mor de ter, uma ocasião, visto o Demo em forma de Baldomero.

(O Baldomero é uma das pessoas que vive na minha cabeça).

Não se livrou precisamente esta que vos escreve da bela conversa com a supervisora responsável, depois do devido mail a fazer queixinhas, endereçado quando a criatura se recompôs, no dia seguinte mas, pelo menos, sossegaram-lhe as parvoíces!

Já não se encontra no seio da equipa, mas também nunca escondeu o seu intenso desejo de ver aquilo pelas costas, uma vez que, assumidamente, não via qualquer futuro naquela profissão, e o seu objectivo era divertir-se um pouco, conhecer pessoas, e ganhar uns trocos para viajar, que foi o que ele fez assim que pôde. 

Mais esperto que todos nós, afinal, menos na escolha do país. 

Tivesse ele decidido fazer isto na Holanda ou na Bélgica, ainda chegava ao fim do mês com algo que poupar, agora aqui, só valia mesmo pela experiência de vida...


2.12


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