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O Cromagnon e as gajas da corrida da mulher.

O Cromagnon, vindo de Cascais, um dia, viu no Cais do Sodré uma data de damas adeptas da corrida da mulher, coisa que, apesar de lhe ter alegrado bastante as vistas por esse dia e mais uns quantos, não justificava que deixasse de assediar a boazona do departamento de Espanha que estava de serviço ao fim de semana, tal como o facto de a rapariga ser comprometida também não lhe refreia os piropos.

O Cromagnon é, como ele próprio diz, um "amante da beleza do belo sexo", o que quer dizer que a moça pode ter o cérebro de uma faneca ou de uma Cátia Palhinha e um belo par de mamas para se encaixar neste grupo, mas que não cabe no caso de ser Nobel da Química mas também um bocado trambolho, ou uma rapariga, de acordo com  os padrões habituais, "normal".

Fez-me lembrar um patrão que tive anteriormente, que um dia chegou ao escritório a tecer louvores ao Santana Lopes, esse grande/pequeno matxo man, que conseguiu enganar um grupo de senhoras para uma pseudo-conferência política, o que as deixou um bocado danadas, visto que, se soubessem ao que iam, não iam, claro!

Não pelo facto de o meu ex patrão ser um grande/pequeno matxo man cheio de lábia política, mas porque, tal como o Cromagnon, é tarado e atarracado, duas características que, habitualmente, não agradam às moças.

Não garanto nas que têm cérebro de faneca ou de Cátia Palhinha...


2.1

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