segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Chéché Assistência - As Crónicas do Call Center. Prólogo.

Se acha que a vida real não tem sumo, que o dia-a-dia não tem sal, e que falta um bocadinho de pimenta da Fantasia nas nossas rotinas...

Chegou a Blog-novela para si!

O  dia-a-dia num escritório de Assistência em viagem, com destaque para a animação que é... O Call Center, pelos olhos de alguém que está por lá... um bocado encalhada, vamos lá ver, com figuras de grande profundidade dramática como o Vicente Gavião, o Cromagnon, Panda a Supervisora, e mais os outros Supervisores, o senhor conhecido como O Director, o Outro Director, Lurdes Kiki, a Pitazita, Josefina Lúcia, a Lassie, o Doutor Brejeiro, os Espanhóis, os Franceses e os Portugueses, e mais uns quantos marmelos.

Temos técnicos, médicos, transporte para consultas e qualquer coisa em Alemão que não percebo muito bem o que é.

Temos Portugal, Espanha fora de Espanha e qualquer coisa de França... que também não sei muito bem o que é.

Quanto aos médicos de serviço, não se percebe muito bem para que servem, além de que opinam acerca de coisas de que, de facto, não percebem assim muito.

Ora como devem calcular, para dar mais graça à coisa, esta que vos escreve é, de seu nome, Marta, operadora, menina do blog e etcéteras, e vem por este meio bloguístico exorcizar os potenciais problemas psicológicos muito graves que este ambiente lhe poderia causar, se bem que, às vezes, tenha mais ganas de dizer à pessoa do outro lado da linha "Só um momento, que vou transferir a chamada para o departamento correspondente.", e depois transferir a chamada para as urgências psiquiátricas do Júlio de Matos!

Mas uma blog-novela também é uma terapia aceitável...

Marta, a operadora, conta em primeira mão o flagelo diário que são as piadolas relacionadas com o seu nome e a prévia utilização do mesmo - até à exaustão, convém referir - num anúncio à Assistência em Viagem de um conhecido seguro com uma operadora também de sua graça Marta.

Por isso, se vos atender do lado da linha um "Chéché Assistência, Boa Tarde, fala a Marta, em que posso ajudar?", não, não estão a gozar o pratinho com a vossa cara, a operadora pode mesmo chamar-se Marta...

Também sofre o drama frequente de ter um apelido comprido e estranho, no qual as pessoas não se enganam, optando antes por cometer erros com o primeiro nome, que deixou de ser Marta Sofia e passou a ser Maria Sofia nos sistemas operativos e na máquina de ponto da empresa desde o seu início de funções na mesma, e que, volta e meia, escutado do outro lado da linha, soa como Márcia ou Mara.
Devo ter algum problema com a dicção.

Não, não deve ser isso. Também há colegas que, apesar de trabalharem ao meu lado há vários meses, olham para os meus lindos olhos e saem-se com um "Clara", "Carla", "Sara", "Ana", "Xana".
Devo ter algum problema, ponto final. Ou eles. Era a minha segunda hipótese.

(E porque é que ainda ninguém se lembrou de Marina? Estará no meu futuro? Veremos!)


1.1



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