sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Florbela Cota, a Catedrática.

O meu pesadelo a cores e ao vivo.
É aquilo que tenho a possibilidade de me tornar, se o sarcasmo, a insanidade e a cafeína não me salvarem ou não me arranjarem um bilhete só de ida daqui para fora.
Ou um emprego numa livraria de bairro...
A Florbela é das colegas que está na casa há mais anos.
Domina em todos os departamentos, sabe os prestadores de cor, ajuda no que é preciso.
Com quase 15 anos de casa, continua como operadora.
Viu os colegas operadores que entraram com ela a passarem para outros departamentos onde têm um horário e ordenado melhor, apesar de ter filhotes pequenos em casa e ter de se sujeitar ao turno em que se sai às 23h, vê várias pessoas a ser promovidas porque "cairam bem" ou se enrolaram com a pessoa certa, vê colegas que trabalham menos ganhar mais que ela, a supervisão (e superiores em geral), que lhe deve respeito, implica com ela por coisinhas de kaki.

Sim, é o meu pesadelo diário.
É porque eu também sou assim: quero fazer as coisas com imparcialidade e respeito e harmonia, e não à maneira de cobra venenosa.
Em suma, somos umas totós.
Se, daqui a 15 anos, ainda ali estiver como operadora, a aturar Pitazitas e Cromagnons, corto os pulsos!
Ou bebo café da máquina da copa do 6º andar.
Se calhar os pulsos.
O café é uma morte mais rápida e fulminante, mas cortar os pulsos será indubitavelmente menos doloroso e traumático!


2.5

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