sábado, 28 de fevereiro de 2015

Eu cá sou uma invejosa, mas é!

Ontem calhou-me na rifa uma desgraçada que teve a ideia de ir fazer uma road trip com mais 5 pessoas numa fiat scudo sem se lembrar de fazer uma revisão à carrinha, e que levou com uma cabeça de cilindro pifada algures no cu de Judas em Itália.

Mesmo no cu de Judas, ninguém sabia que vila era aquela.

A menina do blog vai confirmar a localização ao mapa, onde está o hotel da senhora, a oficina da Fiat em questão... e é no meio da serra... para os lados de Florença.

O colega P., ao meu lado (que teve de gramar com o mediador que queria inventar coisas na apólice, o espertalhão!), começou com as conversas de "ah, os Médici", eu já estava na da "ah, a Toscana". e depois "ah, as paisagens, a comida, a História, a Cultura", e pronto, fiquei mas foi feita um bocado parva a babar-me para o mapa da google.

E deu-me cá uma vontadinha de fazer a mesma coisa!

(Mas com revisão feita, claro, não fosse cá o diabo tecê-las...)


2.6

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Florbela Cota, a Catedrática.

O meu pesadelo a cores e ao vivo.
É aquilo que tenho a possibilidade de me tornar, se o sarcasmo, a insanidade e a cafeína não me salvarem ou não me arranjarem um bilhete só de ida daqui para fora.
Ou um emprego numa livraria de bairro...
A Florbela é das colegas que está na casa há mais anos.
Domina em todos os departamentos, sabe os prestadores de cor, ajuda no que é preciso.
Com quase 15 anos de casa, continua como operadora.
Viu os colegas operadores que entraram com ela a passarem para outros departamentos onde têm um horário e ordenado melhor, apesar de ter filhotes pequenos em casa e ter de se sujeitar ao turno em que se sai às 23h, vê várias pessoas a ser promovidas porque "cairam bem" ou se enrolaram com a pessoa certa, vê colegas que trabalham menos ganhar mais que ela, a supervisão (e superiores em geral), que lhe deve respeito, implica com ela por coisinhas de kaki.

Sim, é o meu pesadelo diário.
É porque eu também sou assim: quero fazer as coisas com imparcialidade e respeito e harmonia, e não à maneira de cobra venenosa.
Em suma, somos umas totós.
Se, daqui a 15 anos, ainda ali estiver como operadora, a aturar Pitazitas e Cromagnons, corto os pulsos!
Ou bebo café da máquina da copa do 6º andar.
Se calhar os pulsos.
O café é uma morte mais rápida e fulminante, mas cortar os pulsos será indubitavelmente menos doloroso e traumático!


2.5

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A Demanda de Dom Epifânio e de Baldomero.


CAPÍTULO 1 – A DEMANDA DO JARRO SAGRADO

A 12 de Outubro do ano da graça do nosso senhor Rei D. Gervásio, o Alarve, rei de toda esta terra aqui à volta e a mais à frente que não se vê daqui de 1237, eu, Amâncio, o Menestrel, registo estas crónicas do mais bravo cavaleiro de sua realdade,  porém não o mais lavado nem o com maneiras mais cuidadas à mesa de sua alteza El Rei D. Gervásio, o Alarve, e da sua doce filha, a Princesa D. Elvira, a do Remoinho Espetado no Cocuruto.
A Demanda do cavaleiro D. Epifânio começa numa manhã fresca e soalheira de Primavera, à sombra do carvalho mais antigo da floresta, quando D. Epifânio e o seu leal cavalo Rouxinol se encontravam a passar pelas brasas, enquanto esperavam que Baldomero, o da carroça, braço-direito do cavaleiro, acordasse da bebedeira de hidromel da noite anterior, provavelmente com uma monumental ressaca, dada a larga quantidade de néctar assimilada.
O relógio de sol do jardim de sua majestosa alarvidade marcava já as 3 horas da tarde quando D. Epifânio ouve um estalido e pressente uma presença, enquanto Rouxinol levanta uma orelha e Baldomero larga intensa quantidade de baba para o tufo de erva em que se recostara.
Os sempre fiéis e apurados instintos do garboso D. Epifânio haviam-no alertado bem: ao longe, surge um cortejo com o símbolo real.
Ajeitando a cota de malha e penteando com as mãos os seus desordenados cabelos que insistiam em espetar nos lados como pôde, D. Epifânio preparou-se para saudar quem ia a passar.
Ainda teve de esperar mais de uma hora, que a caravana vinha longe, e as estradas ainda não estavam alcatroadas na Idade Média, por isso, a essa altura, teve já o prazer da presença do seu companheiro Baldomero, que se conseguia manter direito à custa de estar agarrado, num dos lados, ao seu cajado predilecto (herança de seu pai Olegário, que já o tinha herdado do seu pai, e assim por diante) e, no outro, à sua mula Canabis, sempre a postos para todas as ocasiões.
“Viva El Rei D. Gervário, o Alarve! E sua filha D. Elvira, a do Remoinho Espetado no Cocuruto!!” – saudou energicamente D. Epifânio, ao que Baldomero secundou levantando ligeiramente a cabeça e titubeando “mm…mm…mm… coiso!”
Para mal dos pecados de D. Epifânio, o elegante cavaleiro da armadura dourada que liderava o cortejo tirou o seu elmo e revelou-se com um olhar mordaz e superior inequivocamente dirigido a D. Epifânio.
Era D. Alarico, o mais figadal inimigo de D. Epifânio desde os tempos em que ambos eram pajens, numa altura em que tinham lições juntos, e em que lutavam para chegar ao lugar de escudeiro e, no futuro, de cavaleiro.
D. Alarico era um safardana, troca-tintas, que apunhalava as pessoas pelas costas, era estrábico, cheirava muito mal dos pés e ai de quem se chegasse ao pé dele quando levantava os braços!
Estas são as palavras de D. Epifânio. 
As damas da Corte dizem-no corajoso, intrépido, charmoso, de finas palavras, mas não tão finas maneiras à mesa, com uns belos olhos azul céu, pestanudo, de generosa trunfa (aqui não consegui averiguar se seria qualidade ou defeito), com aquele narizinho arrebitado e o rabinho no lugar.
Como menestrel de qualidade, limitei-me a transcrever o que tem sido dito por aí. Até porque nem vou aos balneários dos cavaleiros comprovar a veracidade das palavras das aias da Princesa!
Pronto, voltando à nossa crónica, parece-me sensato dizer que não era só por este motivo que D. Epifânio e D. Alarico não sentiam muita simpatia um pelo outro. Para ser o mais verdadeiro possível, devo confessar que eles, basicamente, se odiavam vigorosamente!
Outro dos motivos que levara a esse sentimento tratava-se precisamente da pessoa que ia dentro da carruagem com os símbolos reais, a dormir que nem uma lontra, mas não sou eu que devo pôr as coisas desta maneira, porque se trata da mais predilecta das aias da espirituosa e doce Princesa D. Elvira, a do Remoinho Espetado no Cocuruto, a mais elegante, a mais dedicada, a mais prendada para fazer as fatias paridas cheias de  mel que Sua Excelsa Remoinhidade tanto gosta – a senhora D. Matilda.
Ora estes dois cavaleiros de sua Alarvidade lembraram-se os dois de cair de amores por esta suave donzela ao mesmo tempo, que foi no Verão passado, quando ela veio para estes lados. D. Alarico dá-se ao extremo de insinuar que “a moça é dele por motivo de ter sido ele a vê-la primeiro!”, o que não foi ainda provado, pelo que é só a palavra dele contra a de tantos outros que alegam precisamente o mesmo fundamento…
D. Epifânio é uma pessoa mais discreta, o que quer dizer que, cada vez que se encontra frente à  Senhora D.Matilda, perde o pio.
E foi o que aconteceu desta vez também.
Acompanhando a caravana até ao castelo, bem lá ao fundo, calado, de braços cruzados, com o elmo baixo sobre a cara e a fazer uma birra, foi o bravo D. Epifânio, com o seu braço direito Baldomero, o da potente carroça de dois eixos, agora estacionada ao pé da taberna do Pepe, o Galego, onde começara a noite anterior, caminho que ainda durou mais de uma hora, porque na Idade Média ainda não havia estradas alcatroadas, acho que já tinha mencionado esta circunstância.
Ora ao chegar às portas do castelo, já o trunfoso D. Alarico tinha uma comissão a recebê-lo. Precisamente o seu clube de fãs, com uma chungaria digna dos Beatles, empunhando um elucidativo cartaz “Alarico és o meu anti-depressivo!”. É que além de ser aquelas coisas todas que ele já é, D. Alarico ainda canta, sendo muitas vezes chamado a fazê-lo nas festas do castelo!
Para dizer a verdade, o Clube de Fãs de D. Alarico é composto por apenas dois membros… D. Urdilde e D. Fagilde, também conhecidas como “as gémeas do terror”, ajudantes infalíveis de D. Alarico nos seus planos maléficos para fazer D. Epifânio passar por totó em frente à senhora D. Matilda.
Enfim, isto começou tudo afinal porque, quando chegaram ao castelo, D. Gervásio, o Alarve, achou por bem revelar que estava um bocado agastado e, depois de uma longa conversa, sem qualquer nexo porém, com Baldomero sobre o tópico “o jarro é sagrado”, resolve-se a mandar todos os seus cavaleiros a dar uma volta e procurar o tal do jarro.
Menos o Cavaleiro D. Choramingas, é claro. Por razões óbvias!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Aprendam que eu não duro sempre #573787267894

Em termos de assistência em viagem, quando apanhamos com uma pessoa do outro lado que coopera, apesar de estar muitas vezes aflito/a ou nervoso, e que segue as instruções da operadora como se fosse quase a única pessoa do mundo que a pode ajudar (e geralmente é, tendo em conta que conseguimos sacar informação suficiente à pessoa para conseguir descobrir onde ela está, coisa que muitas vezes a própria pessoa não sabe, e enviar o reboque ou o táxi mais próximo e o mais rapidamente possível), percebemos que a avaria não passou de um simples azar.

Quando a pessoa do outro lado levanta a garimpa, é mal educada ou desagradável, é quase sempre certo que a avaria é por sua responsabilidade, seja por ter trocado o combustível ou por se ter metido numa viagem grande, ou nem por isso, sem ter aberto o capôt para espreitar o nível de óleo ou para fazer uma revisão ao carro.

Regra geral, são audis e o condutor acabou de lhes f#$@€r o turbo!


2.4

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

E porque não?

Agora que vou ter mais algum tempo livre, a ver, decidi-me a passar para este lado as postas de trabalho que estavam no outro blog, de forma completamente aleatória, enfim, mas é só espreitar em "Instantâneos do trabalho".

Estão a ver o que vos digo? É que só me falta acertar no euromilhões!

Última chamada da noite:

"Chéché Assistência, boa tarde (sim, são 11h da noite, mas eu ainda estou com a cassete no boa tarde...), fala a marta, em que posso ajudar?"

"Olhe, ó menina, eu estou aqui no INCONTINENTE de Santarém e o carro não pega!"

(Ok, tomo nota da ocorrência, aponto os dados no processo, dois minutos está feito, segue!)

"Reboques Pudim, boa noite."

"Olá, boa noite, estou a telefonar da Chéché Assistência, sou a marta, posso passar-lhe um serviço?"

"Pode, pode mas, olhe, ligue-me daqui a cinco minutos, que eu agora estou no banho!"

("No... onde?... Ó balha-me deus...")

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Assistência em modo brejeiro, mas só às vezes.

O nosso colega Cromagnon vem equipado de calça de beto e camisa do Hugo Boss xpto oferecida pelo papá, impecavelmente engomadas pela mamã mas, quando abre a santa boquinha, saem-lhe verdadeiras expressões de homem das obras, do género "belas chuchas", referindo-se aos seios de uma colega que está a passar no fundo da sala, comprometida, ou um "Vou agora telefonar à Joaquina Marisa, que é a maior bomba da Chéché Assistência" alto e bom som, igualmente comprometida, sendo que hoje é a Joaquina Marisa, mas ontem era a Francisca Angélica, no dia anterior a Rosilda América e ainda no anterior a Ediberta Afonsa.
Este gajo, qualquer dia, leva um processo por assédio.

Ou porque já não o podem ouvir.


2.3

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Josefina Lúcia, a Lassie.

A apêndice da Pitazita, segue-a como uma Lassiezita.

Da mesma idade mental da Pitazita, foi coleguinha de escola quando eram, precisamente, pitazitas (têm uma foto a comprovar), tendo, no entanto, quatro vezes mais a massa corporal da outra, que tenta controlar de forma catastroficamente mal sucedida com dietas, mais do que loucas, mesmo ao nível de estúpidas, ou até mesmo algo suicidas, do género quatro semanas seguidas a comer tomate com sal à dentada, ou pepinos inteiros com casca (sopa, Lassie, come sopa, mulher!), babando-se e gemendo de desejos quando as parvas das colegas levam fatias de pão caseiro besuntadas com doce de frutos silvestres e queijo creme para o lanche da tarde e depois metem as fotos no facebook .

Pelo pc do trabalho, no horário do patrão, claro...


2.2

O castelo na penumbra

Sintra, Novembro de 1827. O vulto do jovem homem de cabelo loiro passou de novo, rapidamente. Desta vez, quase o conseguiu ver pelo canto do...